Jaguaraçu e sua História
Por Léo Feragom
Publicado em 10/05/2013 15:13 - Atualizado em 03/05/2024 14:41
A história da organização político-administrativa de Jaguaraçu está ligada à atuação e progresso dos primeiros posseiros e sesmeiros nos antigos “Sertões do Rio Doce” - hoje, “Mesorregião Vale do Rio Doce”. Da família portuguesa Marques temos os personagens considerados fundadores de São Domingos do Prata e da união desta com a família Lana - que se iniciou no Brasil a partir do francês aqui radicado, Jean de Lanne - surge aquele que foi considerado o fundador de Jaguaraçu.
Entre os descendentes da família Marques Lana estão: Túlio de Castro Lana, 47 anos, nascido e criado em Jaguaraçu, analista de automação e pesquisador; e Carla Valéria Vieira Linhares Maia, 59 anos, historiadora pratiana, autora dos livros “São Domingos do Prata e suas Famílias - Três séculos de história(s) - Vols. 1 e 2” (2021).
Seguindo as pesquisas e indicações bibliográficas de ambos, podemos acompanhar o desenvolvimento de Jaguaraçu do fim da idade moderna ao decorrer da era contemporânea. E tudo começa com a povoação na região do Prata, a partir de novas ordens nos Sertões do Rio Doce.
O Rio Doce
A região do Rio Doce foi uma das últimas de Minas Gerais a serem dominadas por colonizadores. No livro “Rio Doce a Espantosa Evolução de Um Vale” (2011), o autor Marco Antônio Tavares Coelho explica que entre os principais motivos para esta dominação tardia estariam as densas florestas da região, foco de doenças endêmicas e complexas para o desmatamento (considerando os artifícios da época); a baixa navegabilidade dos rios, que mesmo caudalosos como o Rio Doce, são repletos de cachoeiras e corredeiras; e, principalmente, em decorrência dos temíveis indígenas nativos (erroneamente chamados de antropófagos) que outrora habitavam a região e compunham diversas tribos do tronco linguístico “Macro-Jé”. Estes indígenas eram genericamente chamados pelos colonizadores de “botocudos”, em virtude de usarem, no lábio e nas orelhas, rodelas de madeira semelhantes à botoques (rolhas).
Estas características geográficas, biológicas e sociais encontradas pelos portugueses desde o início do Período Colonial foram somadas às proibições de navegação no Rio Doce, pela Coroa Portuguesa durante o Ciclo do Ouro (séc. XVIII), com objetivo de conter o extravio das riquezas minerais. Proibição, inclusive, que conferiu à região do Rio Doce a nomenclatura de “área proibida”.
Assim, a doação de sesmarias (terras para ocupação e plantio) realizadas pela Coroa Portuguesa desde 1534, com as primeiras Capitanias Hereditárias, foi autorizada para a região do Rio Doce apenas em meados de 1700 - embora haja registros de povoamento por posseiros já a partir dos anos de 1720.
São Domingos do Prata
Segundo a obra de Carla Vieira (2021),“o povoamento do território de São Domingos do Prata teve início em diferentes pontos, com o registro mais antigo, até o momento, no atual distrito de Santana do Alfié, na década de 1720 (…)”. Segundo a autora, os registros mais antigos de “datas de mineração” na região do Ribeirão do Prata são dos anos iniciais de 1740, seguidos pelas sesmarias de Domingos Marques Afonso e outros, datadas de 1758.
Domingos Marques Afonso e seu irmão, José Marques Vilas, saíram de Portugal, freguesia de Santiago de Beduído, Vila de Estarreja (hoje uma cidade do distrito de Aveiro) e vieram para o Brasil se estabelecendo, primeiramente, na região mineira de Santa Luzia, depois na região de Catas Altas do Mato Dentro e, por volta de 1750, chegaria a região do Rio da Prata, onde receberam duas sesmarias.
Entre 1765 e 1769, com apoio de outros moradores, os irmãos Domingos e José Marques conduziram o processo de construção de uma capela em homenagem a São Domingos de Gusmão, santo de devoção dos irmãos. A capela, portanto, elevou o povoado à condição de arraial filiado à freguesia de São Miguel de Piracicaba e, posteriormente, conferiu a Domingos e José Marques a reputação de fundadores de São Domingos do Prata.
Mais tarde, o arraial foi elevado à condição de “Paróquia de São Domingos da Prata” pela lei provincial nº247, de 20 de julho de 1843, subordinado ao município de Santa Bárbara. A condição de vila e município de “São Domingos do Prata” veio pelo decreto estadual nº23, de 1º de março de 1890.
Sobre o topônimo deste município, percebemos que a primeira parte se origina do santo de devoção dos irmãos Martins. Já sobre o termo “prata”, de acordo com o livro “História do Município de São Domingos do Prata (1946)”, de Luiz Prisco de Braga, os pioneiros escreviam “da Prata” em referência a característica da água (que brilhava como prata), mas a grafia, com o tempo mudou para “do Prata” em referência ao nome do afluxo, o Rio Prata.
Com o desenvolvimento do território de São Domingos do Prata vários distritos e povoados surgiram e outros foram incorporados, como o distrito de Santana do Alfié, desmembrado de Santa Barbará e anexado ao Prata, quando este se tornou município, em 1890. Em Alfié foi fundada a Fazenda Pimenteira que deu origem ao povoado de São José do Gramma, que mais tarde se tornaria o distrito e município de Jaguaraçu.
Quartel do Onça
A ocupação do leste de Minas e a navegação do Rio Doce só passaria a ser incentivada pelo Império a partir da carta régia do príncipe regente D. João VI, emitida em 13 de maio de 1808, que declarava guerra aos índios “botocudos” como condição essencial para o futuro da navegação no Rio Doce. A carta régia solicitava ao então governador da Capitania de Minas Gerais, Pedro Maria Xavier de Ataíde e Mello, que fosse criada uma “Junta de Civilização e Conquista dos Índios e Navegação do Rio Doce” que seria formada por um corpo de soldados e dividiria a “região dos botocudos” em 6 divisões militares com seus respectivos comandantes já nomeados pela carta. As 6 divisões foram então criadas (uma 7ª divisão foi criada em 1810, em Jequitinhonha) e um dos comandantes foi o alferes Lizardo José da Fonseca (pentavó de Túlio Lana).
Em 1796, Lizardo José da Fonseca havia se casado em Vila Rica com Ignácia Umbelina de Jesus Lana (bisneta do francês Jean de Lanne), que possuía uma sesmaria na região do Ribeirão da Onça Grande, na divisa entre Jaguaraçu e Marliéria, próximo a região da Jacuba.
Com a nomeação do Imperador, tenente Lizardo se tornou o primeiro comandante da 4ª Divisão Militar do Rio Doce (DMRD) e, segundo a obra “Sertão do Rio Doce” (2005) do professor Haruf Salmen Espindola, Lizardo era responsável pela navegação do Rio Doce entre as barras dos rios Casca e Piracicaba, assim como a ocupação nas margens deste trecho, além das florestas entre os Rios Santo Antônio e Piracicaba e toda a área compreendida entre os ribeirões Onça Grande, Onça Pequena e Mombaça. Na 4ª DMRD estava localizado o Quartel Central da Onça Pequena, devido à proximidade ao ribeirão Onça Pequena (também chamado Oncinha).
Conforme explica Maria Celeste de Abreu, em sua obra “Sertão Bravo do Rio Doce” (2002), na história de Marliéria e Jaguaraçu ocorreu um “equívoco” em relação aos topónimos das duas cidades, que deveriam ser ao inverso. Segundo Celeste, “Os edis (vereadores) responsáveis pela elaboração da Lei, que deu a última denominação às duas cidades, cometeram um lapso gerando grave erro que não foi corrigido. Jaguaraçu, que na língua indigena quer dizer Onça Grande, seria o nome dado à primeira cidade que se chamou Onça Grande, depois Babilônia. O nome Marliéria se daria à segunda cidade, porque ali, por um longo tempo, localizou-se o Quartel Mestre da Onça Pequena, próximo ao Porto de Canoas, às margens do Rio Piracicaba (...)”.
Lizardo e Marlièrie
Entre 1808 e 1818 a tática utilizada pelas divisões militares foi de extermínio dos indígenas. Já no período seguinte, entre 1820 e 1828, que contou com o comando-geral do militar francês tenente-coronel Guido Thomaz Marlière, a estratégia idealizada pelo comandante-geral foi a pacificação dos indígenas por meio do aldeamento e da distribuição gratuita de suprimentos.
Túlio ressalta que Lizardo José da Fonseca e Guido Thomas Marlièrie possuíam personalidades diferentes e isto gerou divergências entre os dois: “Guido Marlière era um pacificador. A ideia de Marlière era trazer os índios para perto dele. Já Lizardo tinha um comportamento totalmente militar. Seu objetivo era proteger os brancos e portugueses que subiam pelo Rio Doce para chegar até Ouro Preto”, explica Túlio, que continua: “Lizardo e Marlière eram muito ligados, um apoiava o outro, mas com o tempo eles romperam, sabe por quê? Os botocudos realizavam ataques brutais contra os viajantes que subiam o Rio Doce e o Império estava forçando a barra para acabar com isso. Guido Marliere queria pacificar os indígenas, mas Lizardo José da Fonseca armou um cerco e atacou os índios à noite, exterminando diversos botocudos. Isso criou um ranço muito grande entre Guido e José Fonseca, uma forte briga de interesses entre os dois”, detalhou Túlio.
“Mas no fim, o Império estava com Lizardo, Guido Marliere foi deposto, voltou para Ouro Preto, e depois se aposentou, indo morar em sua fazenda chamada Guidoval. Já Lizardo morreu de velho”, completou o pesquisador jaguaraçuense, que também afirmou que Guido Marlière nunca teria residido em Marliéria, cidade que o homenageou em topônimo. “O quartel de Guido Marlièrie ficava aqui em Jaguaraçu, que na época se chamava Pimenteira”, afirma o pesquisador.
Fazenda Pimenteira
O nome primitivo de Jaguaraçu foi “Pimenteira” e, segundo a obra “Velhos Troncos Mineiros - Vol. 1”(1955), de Raimundo Trindade, o topônimo provém da “Fazenda Pimenteira” que, por sua vez, é uma referência ao sobrenome de seu proprietário, o tenente Jacinto Pimenta de Figueiredo (1800-1881), que fundou a Fazenda Pimenteira em 1824.
A fazenda foi posteriormente adquirida por Lisardo José da Fonseca Lana, neto do alferes-comandante Lizardo José da Fonseca. Lisardo, o neto, em função da doença de seu filho, Teófilo Marques, fez uma promessa de doação de 3 alqueires de terra a São José. Segundo Prisco (1946), a graça teria sido alcançada. Túlio Lana, por outro lado, informa que o menino teria falecido.
Todavia, conforme explica o livro “Os Antepassados - Vol. 2” (1979) de Pedro Maciel Vidigal, Lisardo teria vendido a propriedade para José Luciano Coelho de Moraes, com a condição de que Moraes “reservasse uma área de três alqueires para a formação do patrimônio e a edificação de uma Igreja em louvor a São José” e assim aconteceu. Pelo cumprimento da promessa, portanto, Lisardo José da Fonseca Lana seria considerado o fundador de Jaguaraçu.
Na fazenda Pimenteira nasceram várias gerações da família Moraes, entre as quais podemos destacar Amynthas Jacques de Moraes (1898-1977) que, juntamente com Percival Farquhar e Athos de Lemos Rache, fundaram a Cia. Aços Especiais Itabira, a Acesita (atual ArcelorMittal). Segundo Túlio, a fazenda também pertenceu posteriormente às famílias Rolla e Rolim.
Matriz e Arraial de São José do Grama
Em 1887, portanto, uma capela em honra à São José foi erguida na Fazenda Pimenteira. Em 19 de março de 1905, a Igreja Matriz de São José teria sido inaugurada e surgiu assim o arraial de São José do Grama (às vezes escrito com “mm”), em referência ao santo escolhido por Lisardo e em alusão a um belo gramado local. Uma Igreja em honra a Nossa Senhora do Rosário também foi erguida no povoado pelos negros libertos da escravidão.
Posteriormente, a Igreja Matriz, já bastante deteriorada, foi demolida e substituída por outra no mesmo local. Em 1º de Outubro de 1961, a pedra fundamental da nova Igreja Matriz de São José recebeu a bênção do Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, que permaneceu em Jaguarassú do dia 1º ao dia 4 de outubro. O Arcebispo foi recebido pelo Pároco Padre Otacílio Fernandes Ávila, Padre Henrique do Nascimento Teixeira, entre outras autoridades civis, políticas e membros de associações religiosas, e ao som da Corporação Musical “Nossa Senhora de Nazaré”, de Antônio Dias.
Otacílio Fernandes de Ávila foi Pároco em Jaguaraçu, Marliéria e Alfié entre 1959 e 1966, alternando entre as 3 paróquias. De acordo com o livreto de cinquentenário de lançamento da Paróquia São José, em abril de 1966, Otacílio foi chamado para ser Coordenador Pastoral da nova Diocese de Itabira, pelo Bispo responsável desta Diocese, Marcos Noronha. Atendendo ao chamado, Otacílio não pode presenciar a finalização da construção da Igreja, que aconteceu na década de 80.
Entre os grandes colaboradores do projeto de construção da Igreja podemos citar Joaquim Araújo Miranda, o Ticó (tesoureiro) e seu filho Juarez Miranda (calculista do projeto); Miguel Arcanjo (construtor), Gentil Duarte Lana, o Tilico (motorista do caminhão); Sacristã Luisa; Senhor Teteco do povoado de Guarani, entre outros fazendeiros que contribuíram com doações de bezerros para leilões. Túlio Lana faz questão de ressaltar a grande participação popular na construção da Igreja.
Da fazenda Pimenteira surgiu, portanto, o povoado de São José do Gramma, também chamado Arraial do Grama. O registro mais antigo que encontramos do topônimo foi uma nota do jornal estatal Minas Gerais, de 09 de julho de 1892, sobre a transferência da professora Constança Rosa dos Prazeres para o povoado de São José do Grama.
O Arraial do Gramma foi elevado a Curato em 10 de junho de 1908 e filiado à Paróquia de Alfié. Em 9 de março de 1922, o Curato de São José do Grama foi promovido à freguesia.
O distrito de Jaguarassú
Segundo Túlio Lana, muitos cidadãos de Jaguaraçu seguiram acreditando (e alguns talvez ainda acreditem) que o lugar teria mantido o nome “São José do Gramma” após ser elevado à condição de distrito, mas ao menos, oficialmente, não foi o que aconteceu.
De acordo com o pesquisador Fábio Americano, em um artigo no blog “Dionisiano” (setembro de 2016), baseado na obra “Fragmentos da História de São Domingos do Prata”(2015), de Edelberto Augusto Gomes Lima, um dos motivos para esta confusão pode ter sido o projeto de lei estadual nª119 de 1922, que tratou da organização administrativa de Minas Gerais e que previa a elevação de São José do Grama de povoado para distrito mantendo o mesmo nome.
Segundo Americano, “depois de aprovado pela Assembleia o Projeto de Lei acima referido, no qual o DISTRITO DE SÃO JOSÉ DO GRAMMA foi criado em seu artigo 18º, o texto foi para a Comissão de Redação da mesma Casa Legislativa. Lá, sem qualquer explicação (pelo menos não as encontrei nos anais da Assembleia), foi feita a seguinte retificação: ?No art. 18, onde se diz – SÃO JOSÉ DO GRAMMA – diga-se: - JAGUARASSÚ. Assim o texto final que saiu da Comissão de Redação estava assim redigido: Art. 4º - Ficam criados os seguintes distritos: - de JAGUARASSÚ com sede na povoação do mesmo nome, no município de São Domingos do Prata, com as seguintes divisas: (....).”
Assim, com o nome “Jaguarassú” (com “ss”), a povoado de São José do Grama foi elevado a distrito pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923 - lei de divisão administrativa de Minas Gerais que criou 97 distritos, entre os quais também figuram o Mello Vianna (atualmente distrito de Coronel Fabriciano), Hematita (Antônio Dias) e Boachá (atualmente distrito de Ipaba), além de criar 36 novos municípios, entre estes Mesquita.
O nome Jaguarassú teria sido justificado como sendo uma referência ao ribeirão que banha o município chamado Onça Grande, e que no vocábulo indígena é assim denominado pela união das palavras “Jaguar” que significa “onça” e “Assú” que quer dizer “grande”.
Ao pesquisar no Jornal Minas Gerais, encontramos na edição de 31 de agosto de 1923, portanto uma semana antes da publicação da derradeira lei, a retificação mencionada por Americano publicada como “Emenda nº10” confirmando “Jaguarassú” como nome do novo distrito.
Esta mudança deve ter passado despercebida por muitos cidadãos e até mesmo algumas publicações posteriores insistiam na informação que o distrito teria recebido o nome de São José do Grama como, por exemplo, o livro de Luiz Prisco de Braga (1946) e a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros do IBGE - Vol. 25 (1959).
O fato é que o distrito de Jaguarassú foi instalado em 1º de janeiro de 1924. No livro “São Domingos do Prata: Berço e Origem (2012)”, também de Edelberto Lima, o autor conta que seu avô materno, Dr. Edelberto de Lellis Ferreira, Presidente da Câmara de São Domingos do Prata, que possuía o poder de chefe do Executivo Municipal, não pode comparecer à cerimônia de instalação e coube a representação ao farmacêutico Raimundo Alves de Carvalho, personagem que mais tarde, (anos 50), se tornaria prefeito de Coronel Fabriciano em duas oportunidades, além de vereador.
Com a instalação do distrito de Jaguarassú, foi eleito o cidadão José Teodolino de Miranda para representar o novo distrito na Câmara do Prata. Teodolino se juntou aos eleitos de 1923 e ambos tiveram o mandato prorrogado até 16 de maio de 1927.
Em 4 de março de 1943, o Jornal a “Voz do Prata” anunciou a inauguração da Agência Postal dos Correios em Jaguarassú. No mesmo ano, pelo decreto-lei estadual nº1058, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Jaguarassú passou a ser grafado “Jaguaraçu” (com “ç”).
O município de Jaguaraçu
Segundo o recenseamento de 1950, sua população era de 2.061 pessoas sendo 1.026 homens e 1.035 mulheres. Em 12 de dezembro de 1953, Jaguaraçu se tornou município pela lei estadual nº1039. O município foi instalado em 1º de janeiro de 1954.
Em 1959, quando Padre Otacílio Fernandes assumiu como Pároco de Jaguaraçu, registrou no Livro de Tombo o seguinte perfil da cidade: Não havia “um só palmo de asfalto” (e por sua descrição essa seria a condição de toda a região da atual região Vale do Aço); As ruas não eram calçadas e apenas a pracinha, em frente a Igreja, contava com calçamento em pedra entalhada pelo povo; Apenas algumas casas tinham água de mina encanada até suas residências; Escola era apenas de 1ª a 4ª série (as séries de 5ª a 8ª ficavam no Colégio de em São Domingos do Prata). Nenhuma família possuía telefone, rádio ou televisão; Toda a comunidade era católica e não havia igrejas evangélicas; Ainda segundo o livro de Tombos, após 1962, a Belgo Mineira doou a instalação de toda a rede elétrica e o povo fez as fundações do prédio.
Jaguaraçu ganharia um distrito somente 45 anos depois de sua emancipação, com a lei estadual nº570 de 15 de outubro de 1999, que criou o distrito de Lagoa do Pau. Em 2023, Jaguaraçu comemora 70 anos de emancipação política-administrativa.
*Léo Feragom é jornalista e pesquisador da história do Vale do Aço.
Revista de Jaguaraçu – 70 anos
Antiga Prefeitura
Fazenda Pimenteira
por Assessoria de Comunicação